 |
| Rovena Rosa/Agência Brasil |
Dos mais de 47 mil caminhões Euro 6 produzidos no Brasil em 2023, apenas pouco mais de 11.900 foram vendidos até o momento; número está muito abaixo do projetado pela indústria
A indústria brasileira de caminhões encerrou o primeiro semestre de 2023 amargando uma baixíssima procura por modelos Euro 6. Prova disso é o baixo percentual de vendas em relação ao total de exemplares produzidos de janeiro a junho deste ano. Além disso, os modelos Euro 5, fabricados até 31 de dezembro de 2022 seguem liderando a preferência do mercado.
Dados divulgados pela Associação Nacional dos Fabricantes de Autoveículos (ANFAVEA) revelam que nos primeiros seis meses de 2023, 47,2 mil caminhões Euro 6 foram produzidos em todo o Brasil. Entretanto, deste total, apenas 11.965 exemplares foram vendidos (emplacados) no país, ou seja, 25,3% do que foi produzido.
LEIA TAMBÉM
Ao analisar apenas o volume total de vendas (emplacamentos) do primeiro semestre de 2023, verifica-se que a participação dos caminhões Euro 6 em relação aos modelos Euro 5 é ainda menor. Do total de 52.547 caminhões zero quilômetro comercializados nos seis primeiros meses do ano, apenas 22,8% (11.965 exemplares) foram modelos Euro 6, enquanto o restante, 40.542 caminhões corresponde a modelos Euro 5 vendidos (emplacados) no período, ou seja, 77,2% são frutos da produção no final de 2022 e de estoques formados nesta transição de tecnologia.
O resultado registrado no primeiro semestre de 2023 está significativamente abaixo do projetado e esperado pela ANFAVEA. "Esse número, se acompanharmos as estatísticas dos últimos cinco anos, deveria estar em torno de 44%, então mostra realmente o impacto do P8 comparado ao P7", destaca Gustavo Bonini, vice-presidente da ANFAVEA para veículos pesados.
Programa de descontos não refletiu na indústria de caminhões
Segundo a ANFAVEA, a MP 1.175/23, que concede descontos tributários para a compra de caminhões e ônibus zero quilômetro, ainda gerou reflexos positivos para o setor de veículos de pesados. De acordo com a entidade, a utilização dos bônus de R$ 700 milhões para caminhões novos, e de R$ 300 milhões para ônibus novos, ainda demanda regulamentações e alguns ajustes operacionais.
Confira na íntegra os números da ANFAVEA: CLIQUE AQUI
