ANTT/Divulgação |
Aumento nos valores da tabela de fretes acontece logo após a ANP confirmar uma aumento de mais de 9% no preço do óleo diesel; saiba como calcular o valor do frete
A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) publicou no Diário Oficial da União (ANTT) desta terça-feira, 22 de agosto, a Portaria nº 19. O documento estabelece novos valores para a Política Nacional de Pisos Mínimos do Transporte Rodoviário de Cargas (PNPM-TRC), conhecida popularmente como tabela de fretes.
A medida vai de encontro com o que determina o § 3º do art. 5º da Lei 13.703/2018, alterado pela Lei 14.445/2022 e que conta agora com a seguinte redação: "Sempre que ocorrer oscilação no preço do óleo diesel no mercado nacional superior a 5% (cinco por cento) em relação ao preço considerado na planilha de cálculos de que trata o caput deste artigo, para mais ou para menos, nova norma com pisos mínimos deverá ser publicada pela ANTT, considerando a variação no preço do combustível".
De acordo com o órgão subordinado ao Ministério dos Transportes, o preço médio do litro diesel S10, utilizado como referência para definição dos coeficientes de piso mínimo de frete apresentou uma alta de 9,13% no período de 13/08/2023 a 19/08/2023, chegando a R$ 5,50 por litro. O percentual é confirmado pela Agência Nacional do Petróleo (ANP).
Valores
A Portaria nº 19 promove aumentos médios de até 4,77% nos valores de deslocamento (CCD), conforme o tipo de carga, número de eixos, distância do deslocamento e tipo operação. Já os valores de carga e descarga (CC) não foram alterados. Ficando assim:
- Transporte rodoviário de carga lotação (aumento de 3,28%): Nas operações de transporte de carga lotação os valores de deslocamento (CCD) variam de R$/KM 2,8004 a R$/KM 9,0754 dependendo do número de eixos do veículo e tipo de carga (anteriormente variavam de R$/KM 2,7084 a R$/KM 8,7420).
- Operações em que haja apenas a contratação do veículo automotor de cargas (aumento de 3,88%): Neste tipo de operação os valores de deslocamento (CCD) variam de R$/KM 4,0535 a R$/KM 7,7496 dependendo do número de eixos do veículo e tipo de carga (anteriormente variavam de R$/KM 3,8799 a R$/KM 7,4163).
- Transporte rodoviário de carga lotação de alto desempenho (aumento de 4,19%): Já nestas operações os valores de deslocamento (CCD) variam de R$/KM 2,4096 a R$/KM 7,8246 dependendo do número de eixos do veículo e tipo de carga (anteriormente variavam de R$/KM 2,3176 a R$/KM 7,4913).
- Operações em que haja apenas a contratação do veículo automotor de cargas de alto desempenho (aumento de 4,77%): Nestas operações os valores de deslocamento (CCD) variam de R$/KM 3,5835 a R$/KM 6,8150 dependendo do número de eixos do veículo e tipo de carga (anteriormente variavam de R$/KM 3,4099 a R$/KM 6,4816).
Como calcular
A nova tabela publicada nesta terça-feira (06), mantém a metodologia de cálculo através da aplicação do Coeficiente de Carga e Descarga (CC, em R$), do Coeficiente de Deslocamento (CCD, em R$/km) e quilometragem percorrida para o transporte contratado. Ou seja, cálculo do Piso Mínimo de Frete deve ser realizado da seguinte forma:
1- Define-se primeiramente o tipo de operação e o tipo de carga;
2- Na sequência, identifica-se quais os coeficientes de custo de deslocamento (CCD) e de carga e descarga (CC) para o número de eixos do veículo;
3- Define-se a distância a ser percorrida;
4- Por fim, aplica-se a seguinte expressão para o cálculo do Piso Mínimo de Frete em Reais por viagem (R$/viagem): PISO MINIMO DO FRETE (R$/viagem) = (DISTANCIA x CCD) + CC
EXEMPLO:
Operação: Transporte Rodoviário de Carga Lotação
Carga: Granel Sólido
Veículo: 7 eixos
Distância: 300 km
EXEMPLO:
Operação: Transporte Rodoviário de Carga Lotação
Carga: Granel Sólido
Veículo: 7 eixos
Distância: 300 km
Reprodução/Portaria nº 19 ANTT |
Aplica-se a fórmula:
PISO MINIMO DO FRETE (R$/viagem) = (DISTANCIA x CCD) + CC
PISO MINIMO DO FRETE (R$/viagem) = (300 x 6,4733) + 626,16
PISO MINIMO DO FRETE (R$/viagem) = 1.941,99 + 626,16
PISO MINIMO DO FRETE (R$/viagem) = 1.941,99 + 626,16
PISO MINIMO DO FRETE (R$/viagem) = R$ 2.568,15
Vale lembrar que, ao contrário do que muitos imaginam, o piso mínimo de frete não é o valor final que deve ser cobrado para a realização de determinada operação de transporte. O piso mínimo de frete é o custo mínimo para realização da operação de transporte.
Segundo a ANTT, devem ser acrescentados ao valor do piso mínimo de frete: O lucro, as despesas de administração, tributos, taxas e valores de frete retorno para veículos impedidos pela regulamentação de trazer cargas. Já o pagamento do pedágio deve seguir obrigatoriamente a regulamentação da Lei 10.209, de 23 de março de 2001, conhecida como Lei do Vale Pedágio. Ou seja, o valor final do frete será calculado da seguinte forma:
VALOR DO FRETE: Piso mínimo + Lucro + Custos com pedágio + despesas
Em vigor
A nova tabela de fretes estabelecida pela Portaria nº 19 já está em vigor desde a publicação no Diário Oficial da União.
Confira na íntegra a nova tabela (Portaria nº 19): CLIQUE AQUI