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Mais de 70% dos transportadores enfrentam dificuldades para comprar caminhões, diesel, peças e pneus

Caminhões Volvo FH vermelhos estacionados lado lado em um pátio
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Dados são de uma pesquisa realizada pelo Instituto Paulista do Transporte de cargas (IPTC); 78% das empresas também relataram aumentos dos custos em 2023  

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A pandemia de Covid-19 gerou uma série de desafios para todos os setores da economia brasileira e mundial. No segmento de transporte rodoviário de cargas, responsável por movimentar 65% de tudo aquilo que é produzido e comercializado no Brasil, um dos desafios foi a carência dos insumos. De acordo com dados publicados em 2020 pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), a escassez de insumos e de matérias-primas nacionais para a produção atingiu 73% das empresas da indústria geral. Agora, a nova pesquisa de sondagem, realizada pelo Instituto Paulista do Transportes de Carga (IPTC) e encomendada pelo Sindicato das Empresas de Transportes de Carga de São Paulo e Região (Setcesp), revelou que 72% das empresas do setor ainda enfrentam dificuldades para comprar determinados insumos.


Em ordem decrescente, a pesquisa apontou que os itens mais citados pelas transportadoras foram peças (43%), pneus (29%), veículos (14%) e diesel (14%). Segundo Adriano Depentor, presidente do IPTC, as peças e os pneus se tornaram problemas para o setor devido ao alto custo de produção aliado aos impostos que a indústria tem que colocar nas suas planilhas, causando a elevação do custo e do frete. 

Para os veículos a diesel, acredito que seja mais uma questão de preço do que propriamente de oferta e demanda. Os preços dos veículos novos aumentaram em média 95,0% nos últimos 3 anos, e o mesmo aconteceu com o diesel, que chegou a aumentos de 57,1% no mesmo período, inviabilizando a compra na quantidade desejada”, explica. 

A recente pesquisa também revela que 78% das empresas registraram aumentos dos custos em 2023, sendo o diesel, os insumos e a contratação de terceiros os principais tópicos que sofreram variações durante o ano. Essa variação no preço do diesel é vista como uma das consequências das mudanças na cobrança de tributos e da nova política de preços da Petrobras.

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Segundo Raquel Serini, economista e coordenadora de projetos do IPTC, a variação de oferta e demanda e de preço ainda é um reflexo da pandemia, já que os mercados ainda tentam recuperar suas margens aos patamares anteriores. Ainda segundo a economista, também há uma dificuldade de acesso a matéria prima para produção de alguns itens que vêm de fora do Brasil, fator aliado a questões econômicas como a cotação do dólar, a guerra na Ucrânia e em Israel, dentre outros. “Acredito que os efeitos e reflexos econômicos de uma crise como essa podem perdurar no mínimo por cinco anos, apresentando choques nos preços”, completou.

Diante deste cenário, os transportadores vêm buscando soluções para evitar o impacto dessa carência de itens. Questionado sobre a opção mais adequada, o presidente afirma que a manutenção preventiva é a melhor medida para evitar que esse problema se torne um obstáculo operacional e impacte negativamente no desenvolvimento das atividades. “A manutenção preventiva traz ao gestor uma visão antecipada. Desse modo, é possível fazer os pedidos antecipadamente, evitando um possível problema que se tornaria ainda pior caso não fosse corrigido naquela etapa”.


Com informações: IPTC

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