Facchini

Preços de fretes despencam no Brasil com ritmo lento da safra

Carretas graneleiras estacionadas lado a lado em pátio de triagem
Claudio Neves/Portos do Paraná

Levantamento realizado pela Conab revela queda de até 42% dependendo da rota e da região; baixa comercialização e elevado número de caminhões estão entre as justificativas

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De acordo com a mais recente análise feita pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o ritmo mais lento na comercialização de soja e milho na safra deste ano têm derrubado os preços do frete nas principais regiões agrícolas do Brasil, especialmente no comparativo com o mesmo período do ano passado. 


Segundo o Boletim Logístico deste mês divulgado pela Conab, em Mato Grosso, o frete de Primavera com destino ao Porto de Santos (SP) ficou na casa de R$ 370,00 a tonelada no mês de abril, o que representa uma queda de 10% em relação ao mesmo período do ano passado. Já no estado vizinho, Mato Grosso do Sul, o frete na rota entre Dourados (MS) e Maringá (PR), apresentou preço de R$ 91,33 a tonelada, queda de 22% em relação ao mesmo período do ano passado.

Cenário semelhante é encontrado em Goiás, onde mesmo com o fim da colheita nas regiões produtoras, a demanda por fretes segue baixa. No estado goiano, o preço do frete com origem em Rio Verde (GO), com destino a Imbituba (SC) caiu 11%, ficando na casa R$ 260,00 a tonelada. "Produtores comercializam pequenas quantidades para honrar os compromissos e a maior parte da produção está sendo estocada em armazéns próprios ou de terceiros", explica a estatal.

Já a maior queda no valor do frete foi registrada na Bahia, segundo o Boletim Logístico da Conab. O frete na rota entre Luís Eduardo Magalhães (BA) e Salvador (BA) ficou em R$ 200,00 a tonelada em abril, redução de 42% em relação ao mesmo período do ano passado.


Na contramão deste cenário, apenas no estado de Minas Gerais foram registrados aumentos no valor do frete, como por exemplo na rota de Patos de Minas (MG) com destino a Uberlândia (MG), onde o frete apresentou valor de R$ 105,00 a tonelada, uma alta de 24% em relação ao ano anterior. “Essa elevação pode ser explicada pela alta de 4,4% no volume das exportações mineiras do agronegócio no primeiro trimestre de 2024 em relação ao primeiro trimestre de 2023. Destaque para os embarques de café e açúcar”, destaca a companhia.

Já em São Paulo houve pouca variação nos fretes. Nenhuma praça paulista pesquisada apresentou aumento de preços e, em cinco delas, houve quedas.

Por fim, a Conab também ressalta que além do ritmo lento na comercialização dos grãos, o elevado número de caminhões disponíveis para o escoamento da produção, também tem contribuído para uma redução nos valores do frete.



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