Facchini

Scania anuncia investimento de R$ 2 bilhões no Brasil

Caminhões Scania SUPER azul estacionados lado a lado no pátio da fábrica
Lucas Duarte/Portal Caminhões e Carretas

Aporte previsto para acontecer de 2025 a 2028 será destinado a produção de chassis de ônibus elétricos e a projetos que reforçam tecnologias para a descarbonização do ecossistema de transportes

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Prestes a completar 67 anos de história e sucesso na indústria brasileira de veículos comerciais, a Scania acaba de confirmar um novo e expressivo ciclo de investimentos no País. Com o objetivo de ampliar a jornada de descarbonização dos ecossistemas de transporte e logística, a montadora de origem sueca investirá  R$ 2 bilhões no período de 2025 a 2028. O novo aporte se somará ao ciclo de R$ 1,4 bilhão desembolsado em projetos realizados entre 2021 e 2024.

O presidente e CEO da Operação Industrial da Scania, Christopher Podgorski, ressaltou que o polo industrial em São Bernardo do Campo/SP abrange uma área de 427 mil metros quadrados e contém o que existe de mais avançado na indústria. “São nove fábricas operando conjuntamente para produzir caminhões, ônibus, motores industriais e marítimos, todas elas constantemente atualizadas”, informou. “Graças a nossa estratégia de Sistema de Produção Global e ainda o exclusivo Sistema Modular Scania conseguimos incorporar novas tecnologias às plataformas de produto recém introduzidas, como agora estamos fazendo com a plataforma para Chassis para Ônibus Elétricos”.


Segundo o executivo, o início da adequação da Unidade Industrial para produção das Soluções de Transporte Sustentável foi em 2018, ano em que foi introduzida no Brasil a Nova Geração de Caminhões Scania. De lá para cá os investimentos foram direcionados, entre outros projetos, para a industrialização dos Motores a Gás e Biometano, da Nova Geração de Ônibus e também ao recém lançado Trem de Força - batizado de Super, iniciativa que levou a ampliação da Fábrica de Motores da empresa. “Agora o foco é incrementar a jornada da transformação com a eletrificação” diz Podgorski.

Estamos saindo do predomínio de 120 anos do setor de óleo e gás, ou seja, é um desafio implementar alternativas às fontes de energia fósseis considerando custo e escala na velocidade que precisamos caminhar em razão da pressão imposta pelas questões climáticas que já nos assolam no dia-a-dia”, completa. “E ainda  referente ao processo de descarbonização, o importante é manter o conceito do “poço-a-roda” e quem conhece o setor de veículos pesados e a vocação do Brasil sabe que a diversidade de soluções está no centro do horizonte para uma transição concreta”, acrescentou.

De acordo com o executivo, os chassis elétricos para ônibus complementarão as soluções já disponíveis: os motores a Gás e Biometano e o Biodiesel 100%. “O inimigo único e comum a todos é o carbono. Para abatê-lo, considerando um país de dimensão territorial como o Brasil, seu tamanho de frota e matriz energética, é fundamental abraçar múltiplas tecnologias. A eletromobilidade se encaixa neste contexto”, complementa.


Com o investimento de R$ 60 milhões, a preparação industrial se inicia agora e em março de 2025 a planta de São Bernardo do Campo passará a produzir chassis para ônibus elétricos.  A fábrica do Brasil será a terceira unidade global da Scania a produzir veículos elétricos. “São poucas adequações na linha, basicamente mudanças na pré-montagem, que envolve o sistema de resfriamento e de alta tensão, e da pré-montagem da estrutura que vai sustentar as baterias no lugar do motor”, diz a engenheira de processos industriais Isabelle Diniz, responsável pelo Projeto. 

Com 12 metros de comprimento e tração 4x2, os novos ônibus serão alimentados por até 5 Pacotes de Baterias. Com a absorção da nova tecnologia, a previsão é manter o nível de produção atual, com 11 chassis fabricados diariamente – sendo destes, três eletrificados. Os chassis de ônibus elétrico que serão ofertados ao mercado brasileiro serão os mesmos fabricados e comercializados atualmente na Europa.

A pauta da sustentabilidade não pode ser adiada e no caso do transporte ela não depende somente do veículo, mas de outras variantes, como financiamento, infraestrutura e rede de distribuição, entre outras variáveis a serem consideradas”, comenta Podgorski.


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