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Caminhões Euro 6 estão até 30% mais caros; empresas têm optado por veículos com tecnologias anteriores, segundo o SETCESP
Fundamental para atingir as metas de redução de emissões de gases poluentes, a Fase 8 do Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores (Proconve), também conhecida como Euro 6, foi determinante para a introdução de novas tecnologias nos caminhões vendidos atualmente no Brasil.
Em vigor desde janeiro de 2023, o Proconve P8 passou a exigir tecnologias mais avançadas para controle de emissões de poluentes, como o SCR (Redução Catalítica Seletiva) e o DPF (Filtro de Partículas). “Com a popularização do P8, a expectativa é de que tenhamos menores índices de emissões com claro benefício ao meio ambiente”, afirma o presidente do Setcesp, Adriano Depentor.
Porém, a adoção obrigatória destas novas tecnologias tem gerado um novo desafio para o transporte rodoviário de cargas e para a indústria de caminhões, a popularização dos caminhões Euro 6 entre as transportadoras e a continuidade da a atualização de frotas, devido ao elevado preço.
De acordo com o presidente do Setcesp, o valor dos veículos com tecnologia Euro 6 é 30% maior do que os anteriores. "O caminhão já possui um custo elevado para as empresas. Quando falamos dessas novas versões, a compra se torna um desafio ainda maior. É preciso entender que o transportador enfrenta muitos custos para a operação. Além da questão tributária, que impacta toda a cadeia logística".
Para Depentor, uma das soluções para a questão seria um plano de renovação de frota. “Se houvesse um programa que tirasse o veículo mais antigo das operações de transporte com o devido cuidado para proporcionar dignidade e remuneração sustentável ao operador do veículo antigo, teríamos um programa eficaz e o caminho para erradicação dos maiores emissores”, afirma.
Além de estabelecer melhores condições de trabalho aos motoristas profissionais, o Programa de Renovação de Frota pode modernizar equipamentos internos aos caminhões, reduzir a emissão de poluentes, dar maior eficiência aos custos operacionais e aumentar a rentabilidade das empresas envolvidas neste processo.
“A idade da frota é um dos pontos que considero mais importante na questão ambiental, porque não adianta ter tecnologias cada vez mais potentes em termos de redução de poluentes, mas não conseguir colocar ela no mercado e não substituir aquela tecnologia antiga que está rodando”, afirmou o diretor técnico da Anfavea, Henry Joseph Jr, em recente evento de ESG realizado pelo Setcesp.
Por fim, Depentor destaca que para que a implantação da renovação da frota tenha sucesso, o preço dos caminhões seja ajustado à realidade do mercado. “O custo de um novo produto é um desafio, é necessário que ele seja similar ao que temos. Se vier com preço acima do que podemos pagar, uma das consequências pode ser a retração de mercado”.