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Hora extra de caminhoneiro que recebe por carga deve ser calculada de forma diferente

Imagem traseira de uma carreta baú em uma estrada com um por do sol ao fundo
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Decisão é resultado de um entendimento do Tribunal Superior do Trabalho; regras de cálculo para vendedores não se aplicam aos profissionais do volante

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De acordo com o mais recente entendimento da Subseção I Especializada em Dissídios Individuais (SDI-1) do Tribunal Superior do Trabalho, as horas extras de caminhoneiros quem recebem exclusivamente pelo valor da carga transportada não devem ser calculadas da mesma forma que a de trabalhadores que recebem exclusivamente por comissão, como vendedores.


Segundo o colegiado, a diferença está no fato de que, mesmo fazendo horas extras para cumprir uma rota, o caminhoneiro não transporta mais cargas nem aumenta seus ganhos. Já no caso de um vendedor, o trabalho a mais pode resultar em mais vendas e, consequentemente, em mais comissões, que influenciam o cálculo das horas extras.

O entendimento foi definido durante o julgamento de uma reclamação trabalhista em que um caminhoneiro pediu que as horas extras fossem apuradas de modo integral (valor da hora normal acrescido do adicional de 50% ou fixado em norma coletiva). Na ação, o profissional argumentou que seu salário não aumentava em razão da sobrejornada, ao contrário do que ocorre com o comissionista clássico. Ou seja, ele recebia o mesmo valor quando fazia a viagem dentro da programação ou quando excedia o tempo previsto.

Atualmente, a Súmula 340 do TST prevê que o empregado sujeito a controle de horário e remunerado à base de comissões tem direito ao adicional de, no mínimo, 50% pelo trabalho em horas extras, calculado sobre o valor-hora das comissões recebidas no mês, “considerando-se como divisor o número de horas efetivamente trabalhadas”.

Inicialmente, o pedido foi aceito pelo Tribunal Regional do Trabalho da 17ª Região (ES), mas a Sexta Turma do TST reformou a decisão. Para o colegiado, no caso de trabalhadores que recebem exclusivamente por comissões (comissionistas puros), deve-se seguir a Súmula 340 do TST no cálculo das horas extras.
 

Para o ministro Hugo Scheuermann, relator dos embargos do caminhoneiro à SDI-1, os precedentes que deram origem à Súmula 340 tratam de vendedores, que aumentam seus ganhos em comissões quando trabalham além da jornada normal. A situação, a seu ver, é diferente da de motoristas remunerados por carga.
 
Segundo o magistrado a comissão do motorista era baseada em um valor fixo: o da carga transportada. Portanto, sua remuneração não aumentava com a distância percorrida nem com o tempo gasto a mais no transporte. Em outras palavras, as horas extras exigidas para cumprir a rota determinada pelo empregador não afetavam o valor do frete e não aumentavam sua remuneração. “Nesse contexto, não se pode considerar que as horas extras do motorista já estariam remuneradas pelas comissões recebidas, e por isso não se aplica ao caso a Súmula 340 do TST”, concluiu.

A decisão foi por maioria. 


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