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Santa Catarina registra falta de 15.000 motoristas de caminhões

Frota de caminhões Volvo FH vermelhos
Gemini

Caminhões parados por falta de motoristas em pátios de transportadoras já é uma realidade no estado catarinense; número de habilitados nas categorias D e E caiu 18% nos últimos anos

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A preocupante falta de motoristas profissionais segue avançando no Brasil e já impacta as principais transportadoras e estados do País. Em Santa Catarina por exemplo, dados da FETRANSEC (Federação das Empresas de Transporte de Carga e Logística no Estado de Santa Catarina) revelam a falta de cerca de 15.000 motoristas de caminhões. 


Hoje o estado catarinense conta com a quinta maior frota de veículos pesados do Brasil, são mais 200 mil caminhões, mas com o déficit significativo de profissionais, parte deste veículos já se encontra parada em pátios de transportadoras. 


"A gente já vê muitos casos de transportadoras catarinenses que tem todos os equipamentos, mas não conseguem operar por falta de motoristas. Então já é comum você em pátios de algumas empresas de transporte ter caminhões parados e inutilizados porque não se tem mão de obra", revelou Jácomo Isotton Neto, vice-presidente regional da FETRANCESC em entrevista ao Balanço Geral Joinville da NDTV.

O custo gerado pela frota parada também preocupa o setor de transportes. "Você ter um caminhão que gira em torno de R$ 1 milhão e mensurar isso em um veículo parado. Então quanto é hoje R$ 1 milhão parado? Sem trabalhar, sem promover essa renda. Sabemos como está o custo financeiro hoje, quanto está o juros diários, então o cálculo que a gente sempre faz é esse", destacou o vice-presidente.

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Em âmbito nacional, os números também corroboram com a crescente escassez de motoristas profissionais. Dados mais recentes da Confederação Nacional do Transporte (CNT) revelam que 30% dos motoristas estão aposentados e fora do setor de transporte. Além disso, 40% das transportadoras já enfrentam dificuldades para contratar novos motoristas.


Um dos fatores que tem acarretado um alto número de vagas em aberto para motoristas profissionais, está uma queda de 18% no número de condutores habilitados nas categorias D e E entre 2021 e 2023, segundo os dados da CNT. No país, a cada 10 caminhoneiros que se aposentam, apenas 02 ingressam na profissão.

Atrelada a queda no número de motoristas habilitados para a condução de veículos pesados, está a grande insegurança nas estradas, falta de locais adequados para higiene e descanso, baixa remuneração e longos períodos longe de casa e da família se somam a lista de fatores que tem afastado os profissionais dos caminhões. 

Diante desta dura realidade, é indiscutível a necessidade de um investimento significativo na valorização da profissão, em infraestrutura e segurança nas estradas, bem como na formação de novos motoristas.



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