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Vendas de caminhões pesados despencam até 20% em 2025

Fileira de caminhões Volvo FH vermelhos estacionados lado a lado
Gemini

Alta taxa de juros e disparada no preço diesel dificultam as vendas de caminhões pesados no Brasil; queda no volume de negócios acende alerta na indústria

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Apesar das vendas e da produção de caminhões encerrar o primeiro bimestre de 2025 em crescimento, um cenário preocupante vem se desenhando em relação as comercialização de caminhões pesados no Brasil. No ano passado, o segmento chegou a ser responsável por mais da metade das vendas, mas agora há uma de retração significativa no radar. 


De acordo com os números oficiais da Associação Nacional dos Fabricantes de Autoveículos (ANFAVEA), no mês de fevereiro, 3.861 pesados foram emplacados em todo o Brasil, o que representa uma queda significativa de 20,1% em relação ao mês de janeiro, quando 4.830 exemplares foram comercializados. Já em relação a fevereiro de 2024, quando 4.334 caminhões pesados foram vendidos no Brasil, o mercado registrou agora uma queda de 10,9%.

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O cenário de retração nas vendas de caminhões pesados também já aparece nos comparativos entre os bimestres de cada ano. De janeiro a fevereiro de 2025, 8.691 pesados foram comercializados em todo o Brasil, queda de 1,3% em relação ao primeiro bimestre do ano passado, quando 8.805 caminhões pesados foram emplacados.

"Por que esse número chama a atenção e por que estamos dando destaque neste número? Porque foi o segmento de pesados que puxou o crescimento do mercado de caminhões no ano passado [2024], então estamos vendo agora uma mudança nesta tendência", explica Eduardo Freitas, vice-presidente da ANFAVEA.


Ainda segundo a entidade, fatores econômicos do Brasil, como por exemplo, a elevação da taxa de juros e disparada no preço do diesel, estão diretamente ligados a retração nas vendas de caminhões pesados. 

"Esses caminhões dependem muito de financiamento. São caminhões mais caros e a questão do financiamento é bastante representativa. O grande desafio que a gente está vendo no mercado é o problema da taxa de juros, por exemplo, a taxa fixa do BNDES está em 16%, o maior nível da história da DFB", destaca Freitas. "Também temos o problema do preço do diesel que está impactando muito no frete e isso acaba sendo percebido diretamente por este segmento", completa.

De forma geral, a entidade vê o atual cenário com cautela e seguirá monitorando os indicadores ao longo do ano. "É um sinal de alerta para o setor, precisamos acompanhar e ver como vai evoluir, nós temos apenas dois meses desse ano, mas é um ponto que chama bastante a atenção e que a gente precisa acompanhar de perto", conclui o vice-presidente da ANFAVEA.

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Reprodução/ANFAVEA


Confira na íntegra os números da ANFAVEA: CLIQUE AQUI


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